A escravidão é o grande
sustentáculo do processo de colonização do continente americano, a partir do
século XVI. Longe de se ater a uma forma homogênea de relação de trabalho, a
escravidão foi marcada pelas mais diferentes caracterizações ao longo do
período colonial. No caso da colonização lusitana, a utilização de escravos
sempre foi vista como a mais viável alternativa para que os dispendiosos empreendimentos
de exploração tivessem a devida funcionalidade.
Inicialmente, os portugueses
almejaram utilizar da força de trabalho dos nativos para que a exploração
econômica fosse concretizada. No entanto, a mão de obra indígena foi refutada
mediante a dificuldade de controle sobre populações que ofereciam maior
resistência e também por despertar o interesse da Igreja em utilizá-los como
novos convertidos ao cristianismo católico. Ainda assim, as regiões mais
pobres, em que a força de trabalho era mais escassa, os índios ainda foram
utilizados como escravos.
Para contornar a crescente demanda por força de trabalho, Portugal resolveu
então investir no tráfico de escravos vindos diretamente da Costa Africana. Tal
opção se tornava viável por dois motivos essenciais: o domínio que Portugal já
possuía em regiões da África e as possibilidades de lucro que a venda desses
escravos poderiam trazer aos cofres da Coroa Portuguesa. Além disso, havia o
apoio da própria Igreja Católica que associava os africanos à prática do
islamismo. Além de incentivar a exploração de uma nova atividade comercial, o tráfico
negreiro ainda incentivava o desenvolvimento de outras atividades econômicas. A
indústria naval crescia ao ampliar a necessidade de embarcações que pudessem
fazer o transporte dos negros capturados. Ao mesmo tempo, incentivou as
atividades agrícolas ao ampliar, por exemplo, as áreas de plantação do tabaco,
produto agrícola usualmente utilizado como moeda de troca para obtenção dos
escravos.
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