Com efetivo início da colonização do Brasil, os
portugueses tinham a necessidade de empreender um modelo de exploração
econômica das terras que fosse capaz de gerar lucro em pouco tempo. Para tanto,
precisariam de uma ampla mão-de-obra capaz de produzir riquezas em grande
quantidade e, dessa forma, garantir margens de lucro cada vez maiores para os
cofres da Coroa Portuguesa. Contudo, quem poderia dispor de sua força de
trabalho para tão ambicioso projeto?
Inicialmente, os portugueses pensaram em aproveitar do contato já estabelecido
com os índios na atividade de extração do pau-brasil. Nesse período, os índios
realizavam essa extração por meio de um trabalho esporádico recompensado pelos
produtos trazidos pelos lusitanos na prática do escambo. Em contrapartida, o
trabalho nas grandes propriedades
exigia uma rotina de trabalho longa e
disciplinada que ia contra os hábitos cotidianos de boa parte dos indígenas.
Além disso, as mortes causadas pelo trabalho forçado, as mortais epidemias
contraídas no contato com o homem branco e ruptura com a economia de
subsistência dos indígenas impedia a viabilidade desse tipo de escravidão. Ao
mesmo tempo, devemos levar em conta que o controle sobre os índios escravizados
era bem mais difícil tendo em vista o conhecimento que tinham do território.
Dessa forma, a vigilância se tornava algo bastante complicado.
Como se não bastasse esses fatores de ordem cultural, biológica e social, a
escravidão indígena também foi extensamente combatida pela Igreja no ambiente
colonial. Representados pela Ordem Jesuíta, os clérigos que aportavam em terras
brasileiras se envolveram em uma série de disputas em que repudiavam o
interesse dos colonos em converter os índios em escravos. Tal postura se
justificava no interesse que os clérigos católicos tinham em facilitar o
processo de conversão religiosa dos índios.
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